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Friday, August 28, 2009

“Depois dos 50, a gente pode t-u-d-o.”

A frase não é minha, justifica. “É de uma amiga que após superar a depressão da morte do marido, está convencida de que depois dos 50 t-u-d-o é permitido”.
Já, a minha entrevistada não é tão liberada assim. Simpatiza com a idéia, mas defende que há limites, não se permitiria fazer esse t-u-d-o enfatizado pela amiga se implicasse em magoar alguém. “Não se pode ser tão radical assim”. Dentro do contexto da nossa conversa, prossegui no assunto e, mesmo sabendo a resposta, perguntei se ela era muito paquerada. “Claro, muito e até por uns moços lá no clube”, conta de forma despachada, rindo um pouco da própria graça e do desinteresse pelo fato. Remenda-se e justifica-se de que faz bem para o ego, mas sem muita convicção do que diz.. Faz uso da frase clichê para não revelar seu mais puro descaso. Estar casada há cerca de 30 anos e ser avó não tem qualquer relação de causa x efeito. Ela está de bem consigo própria. Sua ótima forma e sorriso sempre presente não deixam dúvidas. Por isso, se eu fosse um desses moços do clube, também não deixaria de notá-la.
A mulher envelhece melhor que o homem, discursa. Ainda que sua teoria não seja comprovada cientificamente, para ela os homens tornam-se dependentes com o passar da idade, não fazem nada sem solicitar um favor. Já a mulher sabe viver sozinha, não enche o saco, é menos ansiosa e por isso mais interessante, inclusive para os homens mais novos. “Menopausa é ótimo!” Homem velho é um horror! Fica ranzinza e logo casa para ter alguém. A mulher, mais livre, e claro romântica, namora. Mas há mulheres e mulheres. As da minha geração, dividem-se por aquelas que trabalham e as que não trabalham. As da época da minha mãe só se dedicavam aos maridos. Eu como sempre trabalhei, tenho o meu dinheiro que, por sinal, é muito importante nessa fase da vida, faz toda a diferença”.
O adjetivo Exuberante qualifica-se melhor como substantivo, no seu caso. A palavra traduz seu estado de espírito. Na atual fase, sente-se livre, liberta. Quer curtir a vida, estar em harmonia com corpo e mente. Por isso, não há espaço para depressão, o que a diferencia de muitas das suas amigas, lamenta ela. “Sou prática. Depressão, pra quê? Não entendo... não tenho tempo para isso.”.
Com relação a passagem do tempo, “levo numa boa...A gente envelhece, não tem como mudar essa situação terrível, então que seja da melhor forma possível.
Descomplicada, especialmente depois que abandonou o despertador da sua vida, encontra-se disponível todos os dias para jogar tênis, estar na companhia dos amigos nos fins de semana em Monte Verde ao redor dos prazeres da boa mesa, fazer trilhas de moto, caminhar com Scott e Baileys, seus cães, fazer qualquer viagem e, de preferência, para a praia, “nasci em Santos, a-d-o-ro praia.
Um dos seus sonhos, aliás, é convencer o marido a vender a pousada que possuem e viajar pelo mundo. A compra da pousada em Monte Verde também já foi um sonho, mas depois de oito anos tendo que se dirigir aos Alpes brasileiros, somado aos mais de vinte anos que já freqüenta o lugar, ela cansou. Ultimamente permanece o menor tempo possível em Monte Verde, adora a agitação de São Paulo e seus cinemas. Sua casa, onde diz que só come e dorme, está localizada no meio do caminho entre o clube e a casa do seu primeiro neto, João, de um ano. Tendo as manhãs livres, as tardes reservadas para a prática diária de esportes, a vida social do clube Pinheiros, só lhe cabe dedicar o tempo que sobra aos cuidados com o neto e assim realizar-se com o que chama de seu “spa semanal”. E merecido, ressalta, já que trabalhou árdua e duramente por quinze anos na área de informática, tendo a própria empresa e depois a empresa de paisagismo, dando conta dos seus três filhos: Fernanda, 35, que herdou seu “bonvivanismo”, Dudu, 33, a quem delegou sua faceta empreendedora e Juliana, 30,receptora do seu gene para esportes. Por ela, não faria mais nada. “Envelhecer não é problema!"

Thursday, August 06, 2009

O que é ser atriz

Outro dia, enquanto caminhava pela rua, me perdi dos meus pensamentos. Numa ruptura disso, me dei conta que subia a Augusta a pé, e não mais que de repente preguei olho no olho. Na hora pensei :Olha, aquela atriz! E outra nuvem de pensamentos me passaram.
Lembrei de uns programas de tv e do rosto dela mais novo, que acabara de me despertar tão gostosas sensações. Me senti tão próxima dela, mas não conseguia lembrar o que ela fazia que eu gostava tanto. Era muito familiar, mas não havia nenhuma vaga lembrança. Só a impressão de que ela era próxima, muito próxima.
Lembrei de músicas bregas, de umas danças que eu fazia com a minhas primas em frente ao espelho, isso já era anos 80, salvo engano. Foi um turbilhão de emoções no túnel do meu tempo, só meu, e o rosto daquela moça, beirando seu quarenta e poucos, perguntando a mim mesma: Como ela se chama? Quem é mesmo essa atriz? Minutos depois: Puta merda, quem é essa atriz? Será que foi ela que fez aquela novela com aquele cara...? Meus Deus! quanto tempo queimei meus neurônios com essa dúvida atroz. Mas, ela ficou lá. E, pensei comigo: O que será que ela fez esse tempo todo? Desistiu da profissão, casou, é mãe solteira? Queria tanto saber... Logo em seguida, me apeguei as lembranças todas que ela me proporciou. Lembrei de tanta coisa que tava esquecida que não me ocorria mais pensar nela, só nas minhas recordações de infância. Nossa! Quanta coisa aconteceu..., mal falo com as minhas primas direito hoje!
Outro dia, estou numa loja e quem entra? POis é... não é o acaso, não. Era o destino. Assim como eu, ela estava comprando um presente para alguém. E aquela voz era tão familiar.. Já, já você lembra quem é... fica tranquila! Ela estava bem melhor do que da outra vez, parecia até mais moça, mas sem sombra de dúvidas era ela!
Quase me aproximo involuntariamente para comentar alguma coisa. Esqueci o que queria ver na loja e fiquei com as antenas ligadíssimas no papo alheio, o que eu adoooro. Agora descobro quem ela é.
- "A senhora quer ver alguma coisa?" me pergunta a vendedora. Desculpa, mas posso te perguntar uma coisa, de verdade... essa moça não é aquela atriz...?
Não, gata, não faça isso consigo mesma. Não vai dar uma dessas, que brega! Não fala nada, pelo amor de Deus.
Mas, sabe o quê que é? me dirigindo a própria atriz, quase que minha amiga...Eu te vi outro dia e fiquei com essa pergunta na cabeça.. como é mesmo...?
Não! isso é pior que tudo. Você nem é fã dela... desse jeito, vai acabar com o dia da pobre atriz e, ainda por cima, ouvir uma resposta bem esnobe, era o que eu faria se alguém não me reconhecesse depois de reavivar tantas lembranças boas na sua vida, de te reportar ao tempo em que dançava em frente ao espelho com suas primas....
- Panatanal!
Alguém falou essa palavrinha mágica. Estava no provador e pensei: Nossa, nunca fui ao Pantanal e nem pretendo...
Pantanal? A novela, sua burra!
Juro, juro por tudo que não vi esse monstro sagrado que mudou os paradigmas da teledramaturgia brasileira. Não é incrível que a tal atriz tenha sido protagonista da novela Pantanal, fez par romântico com Marcos Palmeira e eu nunca vi nada disso???
Toda a atriz tem isso...te passa emoção, te transporta para lugares tão conhecidos mesmos sem você ter nunca vivenciado aquela experiência. Pantanal existe dentro de mim, minha gente! Nào, não é nada disso, no meu caso, toda atriz desperta sua feminilidade, seu sex appel, te colcoa no seu verdadeiro papel de mulher. Toda atriz exerce essa função, quer queira ou não, um dia vc vai reconhecer muita coisa vivida ao ver alguém que viveu uma história sem ser sua, mas por você. E, por fim, toda atriz e a história que ela representa te faz viajar no tempo, te faz reviver momentos.
Coadjuvante diz: -Querida, adorei o Pantanal, não perdi nenhum capítulo, nem na reprise.
(perde-se em pensamentos) e prossegue: Seu papel mudou tanta coisa na minha vida....

Coadjuvante dirige-se para a Personagem Central e afirma seguramente: Vou ligar para as minhas primas a-go-ra!

Tuesday, October 14, 2008

Lotaçao Carioca

No espaço reservado para os dois, o espaço propositadamente era cada vez menor. A respiração dela se espreitava dentro do peito toda vez que ele se aproximava. Não era a primeira vez que isso acontecia, claro que não...Tratava-se de mais uma das investidas, ambos sabiam.
Essa bélica tensão aquecia sua nuca, o alívio vinha em forma de um sufocante sorriso, que desfazia por vezes a respiração ofegante, aquele sorriso meio sem graça que não fugia de seu rosto moreno e todo maquiado. Meio pueril e diabólico.
Ele se excitava a cada toque provocado quando meramente só os braços se tocavam. Era o coração dela, no entato, o alvo certo naquele início de primavera, desde o verão passado.
Todo esse frisson contaminava de forma furtiva a todos que se aninhavam naquela atmosfera. Desavisados, alguns riam, outros cochichavam e o clima de paquera contaminava e se acomodava por ali, não só sob o meu olhar.
Assim, o motorista, sua passageira predileta e os demais presentes naquela lotação carioca seguiam felizes, sem encontro marcado com o ponto final.... Sob diferentes ângulos, cada um percorria um sentido. A parada poderia ser em qualquer lugar daquela noite, que nem começava tampouco terminava.
No banco de trás, jovens do Vidigal, a garota de Ipanema, um vendedor de biscoito Globo, torcedores do Mengo, turistas do Marina e o próprio gerente do hotel com seu laptop, todos sem bateria, dividiam democraticamente seus lugares nessa história. Todos se divertiam com o zigue- zague conduzido pela orla pelo "Ôh piloto, pega leve aí!" E, meu olhar marejado não desviava do que acontecia bem ali na minha frente, no banco da frente de uma Kombi.
Ele acelerava e freiava no ritmo do seu desejo. Ela derretia-se com seus gracejos, fazendo subir a temperatura no ambiente. Esses códigos já haviam sido estabelecidos durante as várias viagens, sempre no horário marcado, sabe-se lá em que hora para acabar...
O cenário entre a Vieira Souto e Atlântica era pura ilusão aos meus olhos paulistanos, a história do flerte entre o motorista e sua passageira era a mesma que a minha com a cidade, enredo já batido, mas cheio de surpresas, com um elenco de primeira, sem protagonistas determinados, sem muitos planos de vida para aquela trajetória, todos conhecidos estrangeiros entre si. O chiado do sotaque de cada um fazia parte de um funk mal sintonizado no meu dial.
E, era apenas um sábado dentro de uma lotação na cidade do Rio de Janeiro. Eu já havia me esquecido para onde ela me levava. Aquela era uma viagem com muita história para cantar: Alô, Alô Terezinha, aquele abraço....

- Pega ladrão!

O choque foi tanto que mal consegui gritar para ser socorrida. Fiquei esbaforida, com a voz presa, as pernas fincadas no chão imóveis até que aquela sensação estática que assaltou meus sentidos passasse.

Só assim consegui gritar : “Pega ladrão, ele roubou meu coração!” Nem pegou meu celular, meu nome, apenas meu olhar trocado no sinal de trânsito. De forma virtual, sem intercâmbio de computador, conversas de um chat, eu o conheci de forma instântanea, da melhor forma possível. Conversamos horas a fio pela troca de sinais. Foi o seu olhar, seu sorriso que se infiltraram em mim em questão de segundos.

Eu na faixa de pedestres e ele num carro qualquer, sem cor, sem placa, parando no sinal amarelo.Na minha frente havia o Masp e atrás de mim o parque do Trianon. Sabia que estava na Avenida Paulista, só isso. estava numa cidade grande em busca de minha realização profissional, no coração econômico da grande megalópole, com tantas promessas. Mas, ganhei um desejo, o sonho de um amor em transe. Quando deu sinal vermelho, meu coração estacionou ali, sem pressa. Com o sinal verde eu o perderia, meu coração junto com ele. Isso não poderia acontecer tão rápido. Num flash, imaginei a cidade toda congestionada, apitos ensurdecedores de guardas de trânsito e buzinas de toda sorte me pressionando para caminhar e deixar a vida correr. Nunca desejei tanto que o trânsito da cidade fosse insuportável, como todo paulista esbraveja. Não, eu devia impedir o tráfego livre, devia pedir por mais um momento de caos na cidade naquele sinal. Dei meus primeiros passos, com a garganta seca, a meia boca, pisando no asfalto quente entre listas brancas e pretas como se aquilo fosse a trilha para o caminho certo, obedeci o comando do sinal verde de forma totalmente involuntária. E, comigo, seguiam muitos, cheios de pressa para não perder a chance de atravessar. Eu só queria ficar atravessando aquele trecho, de uma calçada a outra o dia todo, todo o dia. Lá era a minha passarela, uma oportunidade para me exibir para ele. Em meio a tantos carros, porque ele parou bem na minha frente? Era só o meu primeiro dia na grande metrópole e tudo isso já havia acontecido numa rapidez tão desconhecida. Alguém disse,” Vai, vai menina, corre, anda”. Pisquei e meu passo já me distancia metros, kilometros, dele. Me perdi entre tantas pessoas na Avenida. O coração me deu uma pausa. “Ei, garota quer uma carona? “ Olhei para trás, vi que ouvi demais. Ele assim como os demais carros estava parado, no mesmo lugar. Então, olhei pela última vez e marcamos novamente ali, sem dizermos nada. Ele sorriu e seguiu, seguimos.

Thursday, April 03, 2008


Para quem ficou um tempão sem escrever, me sinto completamente adction no meu blog....só Freud explica e a teoria do narcisismo.

Toda hora abro para ver se tem algum comentário ou se uma idéia surge para escrever. Poxa, nao há nada, mas sigo feliz e contente

Bom, mas cá estou eu, sem idéia e mesmo assim escrevendo. Uma das razões desse fato também deve-se a ressaca de ontem e a consequente preguiça em trabalhar...Essa semana foi e vai ser dura.
Estou no páreo com a Dona Marisa no quesito eventos ou no quesito levantamento de copo com o Lula: Segunda, jantar em casa para petit comite e duas garrafas de vinho rosé; Terça, aniversário de um amigo do amigo e três capirinhas, Ontem, papo sem fim com as amigas queridas do peito no boteco que eu mais gosto de São Paulo ( leia-se Mercearia São Pedro) e acho que uns três baldes de 4 Originais cada, com direito a ressaca a partir das cinco e meia da madruga ( sem comentários.....), Amanhã, jantar em casa para família do meu marido e 18 garrafas de pro seco na geladeira, Sábado dia livre para compras, mais duas festas de aniversário para ir ( acho que vou fazer a fina e ficar só na água) e Domingo, feijuca em casa para receber 30 amigos ( sacos e sacos de limão para caipirinha já armazenados), tudo sem muita razão de ser a não ser a celebração de estarmos todos aqui juntos e lindos, a base de .. alcóol? Enfim, não há fígado que resista e cérebro que aguente.

Mas, o que me levou a postar foi um concurso que irei participar. Acabo de receber o convite e morri de rir com as perfomances. Constatei que nesse dia chuvoso, outras pessoas, assim como eu, não esstão nenhum um pouco a fim de trabalhar ou estão a base de medicamento. Concurso do Vinil. A foto já explica o regulamento.

Bolo de Nozes e Pavê de Chocolate

Há tempos que não escrevo no blog e com isso constatei que a minha vontade de escrever muitas vezes vem da necessidade de expulgar uma dor. Ultimamente, as boas histórias, especialmente as engraçadas para mim, são gostosas de ser contadas ao redor dos amigos, em clima de celebração. Elas não tem fim e se coisa tá animada, a gente começa até inventar... cria detalhes, lembra de impressões que tivemos e exagera na dose...Confesso que minto descaradamente para ter uma boa história a ser contada. Perco o amigo, mas não perco a piada. Coisas desse tipo.
Desde que me casei (sempre que escrevo ou falo sobre o tema tenho necessidade de explicar... bom, mas , enfim, o assunto serve para outra pauta) minha vida anda muito mais agitada do que eu imaginava que fosse possível e estou muito, muito, muito feliz.Não há outra definição para essa fase da vida. Se sinto alguma coisa diferente disso ou até o oposto, especialmente em dias de TPM, é justamente por não saber lidar com tanta felicidade, vinda tão de graça... ( coisa para um divã mesmo!) Esse é meu estado de espírito.
Assim, ao constatar que não posto no meu blog há mais de um ano, conclui que as boas histórias e os encontros com os amigos têm sido tão frequentes que não sobra tempo para escrever, minto, dá uma preguicinha....
Mas, fui sucumbida por uma dor. Na verdade, um golpe do destino: a ida da Jô para Bahia.
Fiquei feliz por ela, como não poderia ser diferente, só que nem consegui externar nada. A notícia foi dada dias depois dela ter tomado a decisão e percebi que isso foi um certo cuidado comigo. A Jô tem consciência que esse tipo de informação tem seu peso... Não me senti mulher traída que é a última a saber, fiquei de luto. Espero, do fundo do âmago do meu ser, que além desse cuidado, o fato dela não ter informado abertamente que ia nos deixar deve-se a dúvida, que aperta seu coração.
Na carteira de trabalho há o registro de cozinheira há quatro meses. Mas, a Jô é muito mais que isso... Ela deixa minha casa e minhas roupas perfumadas e arrumadas, prepara com todo carinho as já famosas tortas e jantares para que eu receba meus amigos sem ter que me preocupar com nada, só com as boas histórias a serem contadas....
A primeira vez que meu marido me chamou para almoçar, à época em que só éramos "colegas de trabalho", degustei da comidinha caseira super despretensiosa dela e já fui fisgada pelo estômago. Será que foi assim que me apaixonei por ele? Através dela??? Na minha festa de "casamento", de celebração com as famílias e amigos, os quitutes tão comentados foram preparados pela Jô. A minha relação com ela vem daí. Até em tempos de regime o que ela faz é sensacional. Quando disse que só podia comer frutas, ela preparou um prato lindo, todo decorado com as frutas mais coloridas.
Minha vida sem a Jô com certeza proporcionará muitas e muitas postagens.... Baiana, de falar suave, com tempo todo seu e muito mais que uma secretaria da boa administração do lar, a Jô vai deixar saudade em todos que experimentaram do seu tempero.
As sobremesas mais solicitadas são o Bolo de Nozes e o Pavê de Chocolate. E, como as coisas boas da vida, não só as histórias, merecem ser divididas, deixo também dessa forma um pouquinho mais da Jô registrado comigo.

Bolo de Nozes
1 massa de bolo pronto ( baunilha)
1 cx de pudim de caramelo
1 cx de creme de leite
4 ovos
½ xic de óleo
½ xic de manteiga
bater tudo na batedeira triturar 1 xic de nozes com 1 colher de sobremesa de canela e 5 de açúcar. Acrescentar na forma (untada e polvilhada onde está a massa do bolo) metade das mistura triturada como recheio e a massa. Colocar o restante da mistura como cobertura. Deixar no forno médio por 30 min.

Pavê de Chocolate
1 pacote de biscoito de Champagnhe
1 lata de leite moça
1 lata de creme de leite sem soro
4 ovos
1 copo de leite
2 colheres de Nescau
8 colheres de açucar
colocar os biscoitos num pirex e embeber com o copo de leite e as colheres de Nescau, sem deixar o leite ficar embaixo para não endurecer. Fazer um mingau com a lata de leite moça, as 4 gemas e mais leite na qtde da lata de leite moça. Ir para o fogo até levantar fervura para depois despejar no pirex com os biscoitos. Bater na batedeira as claras em neve, qdo estiver bem firme, ir acrescentando as 8 colheres de açúcar. Bater bastante para então colocar o creme de leite se soro e mexer tudo com colher de pau até as claras se envolverem na massaroca... Ao final, colocar como a terceira camada no pirex com os biscoitos e deixar no freezer para comer.

Thursday, November 16, 2006

Eu não assisti o filme CELULAR - UM GRITO DE SOCORRO e tampouco quero! Também pudera...nem preciso ir ao cinema para viver uma aventura depois do dia de ontem.
Como todas sabem, tô desempregada, tô vagabundiando sem ter nada para fazer, mas acordar cedo com o toque do celular, não dá...
E foi o que me aconteceu... bem no meio do meu sonho erótico, a porra do celular tocou e era a “filha do puta” da Fernanda!
“Vai bussssssca !” foi o comando que veio à mente.
Droga!
Busssquei o celular e na hora pensei: Lôka, deve tá ainda na festa da TrIP, tomando champagnhe e me liga só para dizer que a festa tá boa, que eu devia estar lá...Ai, que óoooooooodio!!!
Mas eram 8:45h da manhã !!?
Como assim? Meu Deus!!! Ela esqueceu que eu tbm sou filha dele...
Mas, o comando ecoou na minha mente : Vai busssssssssssssca
Fui busssssssssssca o celular, atendi e quem me responde é uma outra voz feminina que não a da Fê....E que voz! Bota voz nisso... Que vozeirão de Ana Carolina, Zélia Duncan, Cássia Eller...sei lá
-“Quem é? “
-“Não é a Fernanda, ela diz, eu achei esse celular no chão da festa e piriri pororó......”
Conclusão, começou a contar tudo que aconteceu
E, eu, com meus botões, me contorcia na cama de raiva: “Filha da puta da Fernanda, a festa tava boa mesmo.... a lôka nem percebeu que o celular caiu da bolsa de tanto que se esbaldou , neném...”
Bom, a estória todo mundo conhece: Eu fui busssssssssssca
A Fê perdeu o celular, mas como ela é rabuda (já que nem qdo assaltaram a bolsa dela, levaram a carteira e o bendito celular), uma santa alma ligou para mim.
Justamente para mim, que tô sem nada para fazer e que, portanto, me incumbi na hora em resgatar o celular abandonado. Já que o comando se repetia na minha mente “Vai bussssssssssssca, neném”
Justamente para mim ela ligou que, por sorte da FÊ, moro do lado de onde a guria trabalha. Nossa, foi mta coincidência !
E, repito, sorte da Fê e culpa do comando : “Vai busssssssca, neném”.
De tão cedo que acordei com este chamado e puta só de imaginar o qto a festa tinha sido boa, não tive outra solução a não pular da cama.
Como o ócio e o ódio não fazem bem à pele, à alma, resolvi caminhar no Ibirapuera para espairecer .
E lá fui eu, com o comando “Vai busssssssca, neném” na cabeça.
Enqto caminhava entre os arbustos e arvoredos, pensei sobre a atitude dessa “garota”, se bem que garotas não têm aquela voz.. Ela era definitivamente uma mulher. Uma mulher segura, de bem com a vida, de atitude, descolada, uma pessoa que vai bussssssssssssca. Devia ser alta, magra, ruiva, imaginei. E devia ser gente-fina mesmo pq só uma mulher assim, legal e moderna, pode entender o que significa na vida da gente perder um celular.
Não é pelo aparelho em si, mas sim, pela a agenda. Como viver sem o nº da massagista, manicure, aquela cartomante boa, e quiçá, um prospect gatinho que se conheceu na festa, vai saber...???
Que mulher!
Que pessoa voluntariosa!
Que alma caridosa!
Que anjo da guarda!
A festa da Trip era à fantasia e ela devia estar de escoteira ou de freira, com toda a certeza.
No horário marcado, zonza de tanto ouvir o comando “Vai bussssca” fui ao encontro na Av. Paulista, .
Cheguei num escritório de consultoria em engenharia e a tal Mulher estava atrasada. Mas, na hora marcada ela ligou para o escritório para avisar que realmente iria se atrasar. Pensei: nossa que profissional, que fina, que gentileza!!!
Essa mulher é foda!
E, a secretária do escritório de engenharia, me contou que ela tinha dois empregos. Ela também era radialista.
Nossa, dois empregos!!! A mulher é fodida mesmo e, ainda assim, acorda cedo depois de uma balada como a da Trip. É das minhas: guerreira!
É gente que faz, gente que vai busssssssssca ..... Caramba!
O pai, dono do escritório, entrou no papo meu com a secretária e disse, todo orgulhoso, que a filha tinha uma locução para fazer em Jundiaí.
Já vi tudo: ela deveria ser o orgulho da família. Mas pela idade do pai, passei a intuir que a mulher era uma garota.
Uma garota radialista, com aquela voz ......Hummmmmm, tava desvendada a charada.
A mina era sapata!
Não sei não, fiquei meio na dúvida. Afinal, era mto altruísmo resgatar um celular numa festa da TRIP, em que fica todo mundo doidão...
Se bem que qdo se aciona na mente o comando : Vai bussssssca, não há como fugir e desobedecer, ainda mais com um celular dando sopa na pista de dança.
Prova disso era eu, que tava lá, bussssssscando o celular e ainda tendo que agüentar atraso de uma radialista sapata....
Que nada, Fabiana, essa pessoa deve ser mesmo muito gente-fina, uma pessoa dinâmica... por quê, não?
vamossssssss ver...
Não é que a porta se abriu e vi que a mulher era como eu imaginava: Alta , ruiva e Dinâmica, mas bota dinâmica nisso!!!
A garota X mulher tinha, 1, 80m, cabelo pintado de vermelho e pesava uns 100 kg! Não passava na porta.Não era fraca não...Era gorda mesmo, grande!
Mas como toda a “gordinha”, era só sorrisos. De cara, fui com a cara dela.
Que simpática!Já foi logo me abraçando, me convidando para entrar na sala dela, tomei um café e começamos a conversar para saber se ela conhecia alguém que a Fê conhece, até porque ela já sabia da festa de aniversário da Fé que rola hoje.
Definitivamente, não havia ninguém em comum entre nós. Comentei que não consegui convite para festa da Trip, ela falou que para as próximas era só eu ligar que ela arrumava qtos eu quisesse, já que conhece a moçada do meio de Jornalismo, da Trip e nessas eu já tava idolatrando a gorducha.
Aí, ela falou que é produtora executiva da Patrícia Palumbo, apresentadora do programa Vozes do Brasil, da Rádio Eldorado e me deu um livro, super legal, cheio de fotos e entrevistas com cantores da MPB.
Bacana! Seguir o comando vai busssssssca tava valendo a pena.
Assim, tão próximas, perguntei sobre a locução em Jundiaí
Aí a gordinha safada se revelou, falou que depois da festa foi para o Motel.
Pronto!
Não conseguia imaginar a cena... ela fantasiada de escoteira gigante ou de freira, entrando num motel, com o celular da Fê
Aí, ela contou, como se fôssemos amigas de vinte anos, bem pertinho do meu ouvido para que ninguém do escritório escutasse já que, afinal, ela mentiu para o papi sobre a locução em Jundiaí, que logo que ela acordou no motel, começou a ligar para a agenda inteira da Fê.
Ligou para a Bel, Ralph, Claudinha, Sascha, Dudu, Pulguinha.
Fiquei olhando para ela e vendo ela pelada, numa cama redonda, teclando doidona depois de uma festa ressaquenta para toda a lista da agenda da Fê e seguindo a ordem alfabética. Mas, como assim, ligar para a Claudinha, para o Ralph e seguir a ordem alfabética?
Essa gorda tá loca.. Não faz o menor sentido.. Ela podia ter ligado para a Cris Parede depois de ligar para Claudinha. Ou ligar para Moniketa antes de ligar para a Pulguinha, que diga-se de passagem , é uma amiga de Londres da Fê com quem ela não fala há séculos... Imagina o que não foi o papo entre as duas.
E a gordinha falava com uma desenvoltura e intimidade sobre a galera: Ralph, Sascha, como se fosse da tchurma. Falou que se cagou de rir qdo atendeu a ligação da Ana Pinga.
A gordinha tava se sentindo in
E eu fiquei toda desconfiada: Uma gordinha acorda no motel, mente para o papi que tá em Jundiaí e começa a ligar para este bando de gente antes das 8:45 da manhã ??? quem era o acompanhante dela... um fantasma da festa, o gasparzinho?
Puta, essa gorda fez a festa com o celular da FÊ, lá em Jundiaí!!!. Ela devia ta acompanhada só dele. Quem será que tava com ela no motel enqto ela ligava para esse bando de gente e seguindo uma ordem alfabética da agenda da Fê só dela....?
Essa gordinha tem tara por celular, conclui
Colocou no vibra call e fez a festa no motel em Jundiaí. Qdo ela viu o celular no chão, pensou: É hj que eu tiro o atraso... vou realizar todas as minhas fantasias... em meio ao clima da festa da TRIP ...e foi correndo para o motel com o pobrezinho do celular da FÊ.
Até que o modelo é bem anatômico, não dá para negar....Mas que f.d.p!!
Nessa hora, meu celular tocou e vi que ela tbm fitou meu bichinho...
Ela deve ter feitos loucuras com o celular... Céus!!! e por conta da ordem alfabética que ela seguiu, eu fiquei imaginando como ela conseguiu ligar para o Ralph e depois falar com a Claudinha, ligar para o Sascha e na sequência para mim??? Rolou uma cuzada.
Abri o zíper da minha bolsa e disse: “Gorda, passa o vibrador, ops o celular sem dar um piu”. Mas, não foi bem assim. Falei para ela que gentilmente colocasse o celular da FÊ lá dentro, sem, é claro que eu tivesse que tocar no aparelho. Parece engraçado tudo isso, mas devia tá gozado isso sim!
Gorda safada! Fez a festa de manhã. Deve ter tido sonhos eróticos com o Sascha, o Ralph...
Agradeci pelo livro com estórias lendárias dos ícones da MPB e aí, ela não me deixou ir embora. A gordinha tava toda eufórica aquela manhã. Quis porque quis me contar uma estória de nada mais nada menos que :
Chico César
Ah, Não ! A tarada do celular sabia contar como foi o primeiro contato que Chico César teve com a música..
Há Alguém interessado nisso?
Hã?
Querem saber como foi ?
Ao invés de dar uma chupeta para o pequeno prodígio da família e de Catolé do Rocha, interior da BA, o pai de Chico César lhe deu uma gaita que ela chupava feito pepeta.
Pensei, não sei quem é mais doido: a gorda que transforma celular em vibrador ou o pai do Chico Cesar que transforma gaita em chupeta?
Dá para imaginar o Chico César, com uma árvore de Natal na Cabeça, ainda pequeno, babando numa gaita???
Uma chupeta de baleia
Depois desse papo boitatá, descobri que a ordinária tinha feito Macunaíma.
Ah, não! Ela era uma irmã.
Falamos mais de meia hora sobre teatro, ela contou que minha prof. é sapata e tem apelido de Bigodão...
Da onde essa gorda tirou isso?? É uma ninfomaníaca, sem sombra de dúvidas.
O clima começou a esquentar e resolvi ir embora, mas no fim convidei Celina para a festa da FÊ.
Saí de lá com aquela sensação de ter tomado vodka estragada e resolvi ir ao cinema.
Assisti Whisky, era a única coisa que dava para encarar depois de tudo aquilo.

O livro Ideal para o Leitor Preguiçoso

O hábito da leitura pode se dar de um dia para o outro na vida de qualquer um, assim como uma paixão abrupta. Seja num momento particular de nossas vidas, seja pelo interesse acerca de um determinado assunto, isto ocorre, sobretudo, após a leitura de um bom livro.
Para aqueles que por pura preguiça ainda não descobriram a magia que os livros nos proporcionam e o prazer do auto conhecimento que adquirimos com esse mero deleite, Paixões, de Rosa Montero, é uma boa tentativa para a iniciação desse aprendizado.O tema batido do livro ganha brilhantismo pela narrativa dessa jornalista espanhola que traz informações de bastidores sobre casais conhecidos por suas excentricidades e suas notórias histórias de amor, ou melhor, paixões.Quem já foi vitimado por esse mal, essa dor viciante que nos sucumbe que é a de estar apaixonado se identificará com o lado oculto de personalidades de nossos tempos, como John Lennon e Yoko Ono, e de tempos imemoráveis, como Cleópatra e Marco Antonio. Muito embora o tema seja de interesse universal e de contar com o toque especial dado por Rosa Montero, que com toda sua maestria poética extrai um enfoque doce e instigante de um material puramente documental, a leitura é rápida e dinâmica.O interessante é que Paixões traz curtas e atrativas histórias que não comprometem o leitor preguiçoso a seguir um enredo sem perder o fio da meada do livro. O bom mesmo é digerir aos poucos cada história lida para se refletir a respeito, sem pressa. Difícil, no entanto, é não devorá-las e não parar de ler, pois, como toda paixão, a leitura da obra de Rosa Montero é incessante e avassaladora.O leitor preguiçoso terá a sensação de ter lido muitos livros num só, tamanha a densidade de cada romance retratado pela autora, correndo o risco de se apaixonar perdidamente pelo hábito da leitura.


Perólas e Pétalas de Uma Prostituta

Na bolsa e no pensamento,
porto lembranças do tempo
em que me prostitui.
Na beira da praia, em belos apartamentos,
no cúbículo
onde apodreci.
A beijos e tapas,
lábios libidinosos, pernas pecaminosas,
sobrevivi.
Exposta na praia, parecendo brinde,
premiei políticos,
embriaguei poetas,
perambulei entre bandidos e polícia,
bolinei lésbicas e bichas.
Brinquei de me perder e me perdi brincando.
Porém, não me arrependo,
de meu perfil endiabrado,
por meu passado estuprado,
bato palmas, bato no peito,
Pois, peças que preencho tua página em branco,
peças que emporcalho,
teu limpo e puro,
pudico e nobre,
presente pobre.

Written by Das Dores

Wednesday, August 09, 2006

Fui obrigada a criar um blog por pura opressão. Não tenho mta paciência...Fico tanto tempo na frente do computador a trabalho que no meu horário livre quero mais é curtir a Natureza e os prazeres da carne, viver feito índio. Mas, ao ler um artigo postado num blog de um amigo, me empolguei em fazer um comentário e assim, qual não foi a minha surpresa ao ser censurada ( foi essa realmente a minha impressão) por não ter meu próprio blog, já que os comentários só seriam aceitos sob essa condição??!!!
Definitivamente não sou mto fã, acho um tanto qto narcisista a idéia de se ter um blog, se bem que...só de começar a escrever agora essas linhas, começo a mudar de idéia. Sou narcisista mesmo, tenho personalidade fraca, aquário com ascedente em leão e, como adoro escrever besteirol e mandar para todos os meus amigos, achei um meio de facilitar a minha vida, se é que alguém vai se interessar em ler isso aqui, puro deboche e com x! Ainda que não exista essa alma caridosa, não me importo. Como não tenho guardado nenhum diário, agenda da minha adolescência, através de um blog passo a ter a oportunidade de deixar um registro da minha adultescência, dedicado a meus netos mesmo não sendo mãe por ora. Outra supresa foi a inviabilidade de registrar o nome deboche da forma correta ortograficamente falando, mas acho que a idéia fica subtendida. O meu prof. de inglês não entendeu mto e me questionou sobre o nome deboxe.. what does it mean??? well, deboxe means deboche. Como uma pessoa debochada como eu poderia esclarecer o significado significativo da palavra deboche??? Debochado é alguém gozador, falei. A resposta soou pior que o esperado e tive que me socorrer do dicionário para ilustrar qual será o espírito do meu blog.

Dechoche. S.m. 1. Devassidão, libertinagem. 2. Bras V. zombaria. (Aurélio. Dicionário da Língua Brasileira, p. 169).